DINHEIRO TRÁS FELICIDADE?
Normalmente quando se faz sesse tipo de pergunta, a maioria das pessoas responde na hora, “não!”. Para responder essa pergunta, mais que se importar com dinheiro, temos que se importar com “o que é felicidade”. Existem duas maneiras subjetivas de estudarmos a felicidade, que se baseia em felicidade momento a momento ou uma avaliação da felicidade durante toda a vida. Curiosamente, de acordo com a ciência, em ambos os casos, o poder econômico tem impactos diretos.
Quando a gente para observar a felicidade momento a momento,
estamos falando de presente. Quando observamos a felicidade durante a vida, a
gente fala de histórias. Do ponto de vista cientifico, olhar para o passado ou
para o futuro, é contar histórias.
Um sujeito muito importante dentro da literatura atual a respeito
da felicidade e poder aquisitivo é o psicólogo israelense Daniel Kahneman, que
ganhou o prêmio Nobel em economia em 2002. A teoria de Kahneman, é que na verdade
cada ser humano tem dentro de si dois “eus”. Um é o que ele chamou de “remembre
in self”, que em tradução literal é algo como “lembre-se de si mesmo”. Esse
“eu” é responsável por pensar “fora do agora”. Ou seja, é contar histórias do
passado e do futuro.
Portanto, para fazer esse “eu” feliz, você tem que dar pra
eles histórias de valor. Por exemplo, olhar para traz e contar uma história
para si mesmo que você olhe e se orgulhe. É você olhar para o futuro e ter
metas e objetivos de valor. Se você parar para pensar, a maioria dessas histórias
está relacionado ao dinheiro. Dinheiro proporciona histórias de valor? Viagens,
filantropia, formação acadêmica... isso olhando para o passado... Olhando para as
metas do futuro, a maioria das pessoas busca um cargo mais alto na empresa, aumentar
filantropia, dar mais conforto aos seus pais, trocar de casa, carro e por aí
vai. Percebeu que tudo isso envolve dinheiro? E não para por aí...
O outro “eu” é o que Kahneman chamou de “experiencie in
self”, que em tradução livre seria algo do tipo “experiencia em si”. O que
faz feliz esse “eu” é viver o momento presente. É estar presente no presente. Ou
seja, é estar lendo aqui, com a cabeça aqui.
Uma pesquisa publicada em 2010 na Revista Science, demonstrou
que pessoas que estão fisicamente em um lugar e mentalmente noutro, a probabilidade
é que esta pessoa esteja infeliz. Nesse estudo, apenas na hora do sexo que a
pessoa estava feliz estando fisicamente num lugar e mentalmente noutro. Isso
que dizer que o que faz um desses “eus” felizes, não necessariamente faz o outro
feliz. Mas vale ressaltar que o “remembre in self” está intimamente ligado
com o poder econômico.
Analisando os estudos de satisfação geral com a vida, ver-se
que o idoso quando chega na casa dos 50 anos de idade tende a ser muito mais
feliz que um jovem de 19 anos de idade. E aqui você já percebeu, que o idoso já
conquistou tudo aquilo que ele achava que o ia lhe fazer feliz. Coisas que
dependiam de dinheiro ou não. Mas intuitivamente, eu penso que o idoso já tem
sua independência financeira e por isso aproveita mais a “experiencia em sim”.
Enfim... Dinheiro pode sim trazer felicidade. O problema é
quando a pessoa investe toda a sua energia em busca do dinheiro, tentando
acumular histórias de valor e dai esquece de aproveitar o momento presente, a
experiencia em si.
O que você acha? Dinheiro pode trazer felicidade? E a
pobreza, trás? Responde pra mim...
REFERENCIAS:
Matthew A. Killingsworth “O bem-estar experimentado
aumenta com a renda, mesmo acima de US$ 75.000 por ano”. 2021.
MATTHEW A. KILLINGSWORTH E DANIEL T. GILBERT. “Uma mente
errante é uma mente infeliz.” 2010
Daniel Kahneman. “Rápido e devagar: duas formas de pensar”.
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